sexta-feira, 11 de junho de 2010

Love is a mess

I-clean-today_Brusse

E só porque hoje é dia dos namorados, não vou falar de amor porque sobre isso já falaram tanto os jornais, revistas e demais blogs. Vou fazer uma sessão "pé-no-chão". Ou seja, antes que você caia de amores e saia flutuando por aí, siga comigo o seguinte raciocínio:

Todo mundo é uma bagunça, internamente. Todo mundo. Sabe aquela história que na sua própria bagunça você sempre acha as coisas e tal? Na bagunça dos outros não dá pra achar nada, você fica lá perdidão. Você diz que não se importa - afinal você também é bagunceiro - mas você se importa sim. Um belo dia vão te incomodar aquelas caixas empilhadas e aquelas cartas velhas que de tão antigas já estão amareladas, mas a pessoa insiste em guardar. Ainda assim, com o tempo você vai se sentindo em casa, mesmo no meio da confusão, e fica à vontade o suficiente pra ter a idéia idiota de - já que você tá ali mesmo sem fazer nada - pôr ordem no lugar. Daí você tenta arrumar a bagunça e comete um grande erro: destrói todo sistema de "bagunça-arrumada" da pessoa e acaba que nem ela consegue mais achar coisa alguma. E fica lá, aquela história, nem bagunça, nem organizado; nem vai, nem vem. Tudo porque nem todo mundo consegue compreender a bagunça alheia e continuar gostando. Ou porque o outro lado não soube jogar alguns lixos fora ou empurrar pra debaixo da cama pelo menos.

Chega uma hora que um dos dois não vai aguentar mais conviver naquele quartinho confuso, que representa os dois e ao mesmo tempo não representa nada. Porque – presta atenção - pra gostar mesmo a gente precisa ensinar o outro a achar as coisas na nossa bagunça. Sabe? Chega junto e diz que ali você guarda tais lembranças, que acolá você larga os momentos e que embaixo da cama, por favor, não é pra mexer. Também não custa nada abrir um espacinho pra quem a gente gosta colocar o colchão, um porta-retrato e umas revistinhas. Só um cantinho basta.

Meu armário - meu armário de verdade, sem metáforas - vive um caos. Dá até vergonha de abrir. Mas eu uso como desculpa que tô cuidando da minha bagunça interna e que não há gavetas, cabides ou porta-jóias suficientes pra guardar tudo. É um trabalhão, mas é uma daquelas exaustões satisfatórias. Deve ser por isso que a gente sempre fica tão contente de entrar na bagunça do outro ou receber uma mãozinha de vez em quando. Faxinar sem desbagunçar tanto.

Mas ATENÇÃO, fica o aviso: quem for alérgico à poeira tá ferrado.

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