Se tem uma coisa da qual sou desapegada é dessa religião dos presentes. Mentira minha dizer que não gosto, ADORO ganhar presente e acho, sim, uma demonstração de afeto; apenas não me parece significativo o suficiente para acabar com meu dia o fato de não ter recebido uma lembrancinha ou um agrado. Sou mais presentes-surpresas e cartinhas. Coisa de gente bobona, sabe?
Porque os melhores presentes, as melhores coisas da vida - VEJAM SÓ! - não cabem numa caixa. Alegria, amor e ternura ainda não dá pra empacotar e pôr um laço de cetim. Quem já visitou meu quarto vai reparar na contradição aqui: guardo centenas de caixas e sacolas empilhadas desorganizadamente. Podem me xingar de bagunceira; eu sou mesmo e o que se há de fazer. Acontece que sempre tive uma pena danada, uma dó tamanha, de jogar tanto embrulho fora. Afinal quando ganhei, ganhei o presente todo, com embalagem e tudo que tem direito. Jogar uma caixinha que seja fora é como jogar um presente no lixo. É como deixar voar pela janela o cartão de Parabéns. Que audácia seria.
Daí vou guardando até alguém dar um basta nesse TOC de nostalgia. Só pode ser um TOC. Fico aqui desembrulhando aos poucos todas as coisas boas que não couberam dentro das tais caixas. São muitas e chego a pensar que a melhor solução seria mesmo é um quarto novo.
Mas dia desses vou parar com isso de precisar de sacolas e pacotes. Dia desses vou cair realmente pra fora dessa caixa: sem os clichês de publicitários e menos ainda os clichês do dia-a-dia. Vou perceber que tudo que desempacotei - e ainda desempacoto - dá pra carregar sem fechar com tampa ou sem carregar com alças. Por mim todo presente viria embalado com carinho. E só :).
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